
No último dia 19 de dezembro foi realizada uma expedição para monitoramento e atualização da situação da Mata de São Domingos (P. A. Padre Paulo, Terras de Santana e Santa Tereza, Frederico, Carrapicho). A Secretaria de Meio Ambiente e Turismo (SEMATUR) coordenou esta atividade que contou com a participação da seguinte equipe: Sr. Nando Amorim, Presidente da Associação de Centrinho (localizada no projeto de Assentamento Padre Paulo); do Sr. Pedro Ribeiro Boaes, Assentado e sócio da Associação do Centrinho; da Secretária municipal, Keila Soares e Edmilson Pinheiro, adjunto. O primeiro trecho monitorado foi o que liga o Povoado Centrinho ao Povoado Frederico (MA-106).
A MATA DE SÃO DOMINGOS
Sobrepondo os mapas, observamos que a 
Mata de São Domingos, localiza-se no interior da Área de Proteção 
Ambiental (APA) Reentrâncias Maranhenses, criada em 1991, e que tem como
 órgão gestor, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos 
Naturais (SEMA). Bequimão possui 55.804 ha de sua área dentro da APA das
 Reentrâncias, aqui incluíndo a Mata de São Domingos.
O monitoramento desta mata e de seu 
manejo é necessário dado que as áreas protegidas enfrentam contínuas 
ameaças e que a biodiversidade que se quer conservar é dinâmica. Em 
geral, esse monitoramento é uma eventual avaliação, são realizados com a
 finalidade de promover e melhorar a fiscalização, a preservação e 
verificar a situação atual de conservação. O levantamento considera 
desde o desenho da mata e suas conexões com os ambientes fora de seus 
limites, até a análise de ações de preservação.
O monitoramento da área primeiro é relativo ao uso, e segundo, à 
eficiência da conservação da biodiversidade. Este monitoramento inicial 
tem a parceria da sociedade civil, que agrega às informações e também 
como beneficiária direta da preservação da mata de São Domingos. Esta 
iniciativa busca observar os aspectos relacionados com a conservação da 
biodiversidade, aspectos sociais, econômicos e institucionais. Há, 
ainda, todos os impactos sociais, culturais e econômicos que as áreas 
protegidas exercem sobre as comunidades. E também, as fortes pressões 
que a mata vem sofrendo com a extração ilegal de madeiras e a caça 
predatória.
A EXPEDIÇÃO
Iniciamos a caminhada saindo das 
proximidades da casa do Sr. Pedro, no povoado Centrinho (às 06:00hs) e 
encerramos no Frederico (11:00hs). Uma caminhada exaustiva devido ao 
terreno acidentado, com subidas e descidas, durante todo o percurso. 
Durante todo o trecho as lideranças locais auxiliaram na identificação e
 análise das espécies da flora encontradas, e naquelas que sofrem 
maiores pressões por parte dos madeireiros.
CAÇA ILEGAL
Constatamos durante todo o percurso 
muitos locais chamados de “Espera”, que são onde os caçadores aguardam a
 passagem das caças. Estes crimes são enquadrados pela Lei Nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), Contra a fauna (arts.
 29 a 37): São as agressões cometidas contra animais silvestres, nativos
 ou em rota migratória, como a caça, pesca, transporte e a 
comercialização sem autorização.
EXTRAÇÃO ILEGAL DE MADEIRA
Verificamos mais de 50 pontos de 
extração ilegal de madeiras neste primeiro trecho. Clareiras e troncos 
de diversas árvores fazem partem da paisagem. Notou-se também um grande 
número de árvores que encontram-se com furos, ocas ou galerias nos 
troncos que foram descartados pelos madeireiros. Todas estas violações 
estão enquadradas na Lei de Crime Ambientais Contra a flora (art. 38 a 53): Causar destruição ou dano a vegetação de Áreas de Preservação Permanente em qualquer estágio, ou a Unidades de Conservação.
 Extração, Corte, Aquisição, Venda e Exposição para fins comerciais de 
madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal sem a devida 
autorização ou em desacordo com esta.
A SEMATUR estará sistematizando estas 
informações e protocolando junto ao INCRA/MA, SEMA, IBAMA e Promotoria 
da Comarca de Bequimão fatos destes crimes ambientais e solicitando 
providências para as sanções penais e administrativas derivadas de 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente ocorridas na Mata de São 
Domingos. Outra iniciativa será a realização de ações conjuntas com as 
Comunidades e Associações que residem na Zona de Entorno. A mata de São 
Domingos cobre os povoados Floresta, Centrinho, Juraraitá, Carrapicho, 
Raimundo Sul, Baiano, Formiga, Jaburu, Frederico e Barroso.
DEGRADAÇÃO E EXUBERÂNCIA
Apesar das degradações sofridas pela Mata
 de São Domingos (caça e derrubada da floresta), poucos foram os animais
 e aves observados o que nos entristeceu muito. Ao contrario o número de
 “esperas” foi o alarme dado. Ainda indagamos, se a pouquíssima 
observação da fauna se daria pelo tempo chuvoso que nos acompanhou 
durante toda a manhã.
A tempo que adentrávamos a Mata de São 
Domingos (isto, cerca de 1h:50min de caminhada) constatamos sua beleza e
 a riqueza ainda de sua flora: Amapás a perde de vista, Faveiras 
centenárias e seus troncos e copas gigantescas, Paparaubeiras, 
Camaçaris, Cipós de grande espessuras, etc. A Mata escurecia a cada 
momento pelo adensamento de arvores e suas copas frondosas e também pelo
 tempo chuvoso.
As imagens abaixo mostram um pouco dessa 
exuberância e riqueza que deve ser preservada por todos nós 
Bequimaõenses (Moradores, Assentados, Quilombolas, Poder Público, 
Escolas, Igrejas), que devemos unir forças na conservação do que ainda 
nos resta desse nosso Patrimônio Natural que é a Mata de São Domingos.
Por: SEMATUR/Bequimão/MA

 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
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