Morre o mestre da engenharia poética maranhense


Morreu, aos 80 anos, na madrugada deste sábado (28), às 5h, o poeta e escritor maranhense Nauro Machado. Segundo informações da assessoria de comunicação do UDI Hospital, onde ele estava internado.
Segundo informações, ele sofria de hérnia no intestino. O velório está marcado para às 10h de hoje, na Academia Maranhense de Letras (AML). O enterro ocorrerá neste domingo (29), também às 10h, no cemitério do Gavião, no bairro da Madre Deus.
História
Nauro Machado nasceu em São Luís, no dia 2 de agosto de 1935. Autodidata desde cedo, publicou seu primeiro livro Campo sem Base, de 1958, aos 17 anos. Ao longo dos anos, suas obras, que já foram traduzidas para o inglês, o francês e o alemão, rendeu ao maranhense vários prêmios e honrarias - inclusive da Academia Brasileira de Letras e da União Brasileira de Escritores.
Em outubro deste ano, ele recebeu o título honorífico Doutor Honoris Causa, em solenidade no Auditório Central, da Cidade Universitária Dom Delgado. "Nauro é patrimônio imaterial desta cidade, estado e país. Quero deixar o agradecimento a ele por seus versos, por suas palavras, e dizer que a obra naureana é tão rica que, se São Luís tiver de fato alma, Nauro faz parte dela", comentou o então reitor da UFMA, Natalino Salgado, durante a cerimônia de entrega do título.
Lançamentos
Em novembro do ano passado, o poeta lançou o livro Esôfago Terminal, que mostram poesias extraídas das lembranças de dor e superação - retiradas do período em que Nauro Machado lutava contra um câncer.
Em setembro deste ano, ele lançou o seu último livro de poesias, O baldio som de Deus - em cerimônia realizada com a esposa, Arlete Nogueira da Cruz, em sua antiga residência. Na ocasião, foi lançado, também, o DVD do longa-metragem O exercício do caos, do cineasta Frederico Machado, filho do casal.
Na ocasião, Nauro Machado revelou que tinha cinco livros inéditos - um deles com mais de 5 mil versos escritos. “Pretendo que esse [O Baldio som de Deus] seja meu último lançamento em vida. Aos 80 anos, eu prefiro ficar recluso na solidão que sempre amei e a quem há muitos anos chamo de mãe. Estas obras inéditas, depois que eu morrer, talvez alguém se interesse e lance”, comentou o poeta, em entrevista ao O Estado.


Fonte: OEstadoMA.com

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