“Falar do festejo do Divino é falar de Alcântara e falar de
Alcântara é falar do festejo do Divino. São entrelaçados e um complementa o
outro”. A frase foi proferida pelo
presidente da Câmara Municipal de São Luís, Astro de Ogum, na manhã desta
terça-feira (28), ao receber, em sua residência, o diretor de Cultura da Cidade
de Alcântara, Valdecy Onildo Coelho e Kátia Maria dos Anjos Pereira, integrante
da comissão organizadora daquele festejo secular religioso, que foram lhe pedir
apoio para a realização do evento deste ano, que vai de 13 a 25 de maio.
Valdecy e Kátia
destacaram que buscaram apoio de Astro de Ogum pelo fato dele, além de ser
presidente de honra da Federação das Entidades Folclóricas e Culturais do
Estado do Maranhão (FEFCMA), destacar-se como um dos maiores incentivadores
culturais do Estado e, ainda, pela
incerteza quanto ao incentivo que será dado pelo governo do Estado, através da
Secretaria de Cultura.
Se mostrando
decepcionados, Valdecy e Kátia relataram que, no dia 18 de março deste ano,
representantes da Associação Cultural e Religiosa de Alcântara (Acra),
estiveram reunidos com a secretária de Cultura, Ester Marques, buscando
entendimentos sobre o apoio financeiro do Estado para com o festejo, mas foram
surpreendidos com a resposta da dirigente cultural, ao lhes afirmar que a festa
de Alcântara não terá privilégios, e que todo festejo referente ao Divino teria
apoio padronizado.
A resposta de Ester
Marques, conforme declaração de Valdecy, acendeu uma luz de alerta entre os
coordenadores do festejo alcantarense. Eles entendem que correm o risco do festejo ser inviabilizado este
ano, após séculos de realizações, o que seria um desastre para a cultura
popular do Maranhão.

Como o Estado não
estabeleceu qualquer possibilidade de ajuda dentro das expectativas dos seus
organizadores, o festejo do Divino está
ameaçado de não ser realizado e esse é o grande temor da comunidade
alcantarense.
Após ouvir a
explanação de Kátia e Valdecy, Astro de Ogum anunciou que estará nesta
sexta-feira na cidade para conversar com a comunidade envolvida no evento, e
destacou que: “A festa do Divino Espírito Santo de Alcântara tem um significado
muito forte. Já deixou de ser uma festa para ser uma obrigação. Deixar de realizar esse festejo é como matar
a cultura popular do Maranhão. Estarei
lá, na sexta-feira, com uma equipe e farei tudo o que estiver ao meu alcance
para que esse forte sopro de nossa cultura não se apague”, destacou.
Texto: Djalma Rodrigues
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